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Painel de encerramento aponta a Silver Economy como chave para repensar a longevidade e a previdência complementar no Brasil

11/6/2025

Fechando com vigor os debates do IV Seminário dos Fundos de Pensão e Patrocinadores Privados, o painel final reuniu três nomes de peso para refletir sobre a “Silver Economy” e os impactos do envelhecimento sob diferentes óticas — econômica, previdenciária e humana. Com mediação de Ana Paula de Raeffray, vice-presidente do IPCOM, o encontro contou com a participação da conselheira fiscal do IBA, Teresa Moreno, do presidente do IPCOM, Wagner Balera, e do médico e gerontólogo Alexandre Kalache.

Abrindo o painel, Ana Paula destacou que o Brasil, embora ainda se veja como “país jovem”, já vive uma realidade marcada pela presença crescente de “cabeças brancas”, desafiando o sistema previdenciário e de saúde. “O velho virou assunto novo”, disse, citando Mary del Priore. E completou: “Desde o primeiro dia de vida, já estamos envelhecendo. A questão é: como lidamos com isso como sociedade?”

Ana Paula de Raeffray

Alexandre Kalache, em sua intervenção, retomou o conceito de envelhecimento ativo e reforçou que o maior risco da longevidade não é viver mais, mas viver mal — sobretudo em contextos de exclusão social. Ele citou o relatório do FMI que alerta para três grandes desafios dos países em envelhecimento acelerado: a transformação da força de trabalho, o aumento das despesas públicas (sobretudo com saúde e previdência) e a desigualdade no envelhecer. “Não se trata apenas de planejar para quem está dentro do sistema, mas de olhar para quem está fora dele”, pontuou.

Alexandre Kalache

Wagner Balera trouxe uma reflexão profunda sobre o papel constitucional da previdência social e destacou o desafio de incluir populações envelhecidas e vulneráveis, muitas vezes alijadas das coberturas previdenciárias tradicionais. “A dignidade no envelhecimento é um direito fundamental. E cabe a todos — Estado, mercado e sociedade — a construção de instrumentos para garanti-lo”, afirmou.

Wagner Balera

Já Teresa Moreno apontou caminhos práticos para o setor: “Precisamos desenvolver produtos inovadores e acessíveis que atendam também os idosos desassistidos. A previdência complementar pode — e deve — participar dessa virada.”

O painel de encerramento deixou claro que longevidade não é só uma questão demográfica, mas sobretudo política, econômica e ética. E que pensar a Silver Economy é pensar no presente — com os olhos no futuro.

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